Pastor David Mein

O Pastor David Mein, desde a infância, tinha consciência da missão de pregar a Mensagem do Evangelho de Cristo. Sua vocação fora despertada na tenra idade, aprendendo tocar órgão e piano aos onze anos. Começou a ajudar o pai, o missionário John Mein, nas viagens evangelísticas no interior de Alagoas, tocando hinos em um órgão portátil. A sua figura juvenil chamava a atenção, tocando música melodiosa e mesmo pregando, desde os oito anos. A chamada para missões foi confirmada em culto cele-brado na Assembléia Batista do Norte (1931), no Recife, quando pregava o Pr. Ricardo Inke. Concluída a formação humanística, antes de iniciar o curso teológico, David Mein passou um ano no Brasil decidindo seu futuro. Aceitou o desafio do Pr. Albérico de Souza, que trabalhava em Sergipe, pastoreando sozinho, a nove igrejas, e foi ajudá-lo, periodo em que colaborou com a União de Estudantes Batistas (Recife). A experiência foi decisiva na decisão de dedicar-se à obra missionário no Brasil. Regressou aos Estados Unidos em julho de 1940 e ingressou no Southern Theological Baptista Seminary, em Louisville, onde concluiu, em maio de 1943, o Mestrado em Teologia. Desejando se aperfeiçoar, ingressou no Doutorado em Teologia (Th. D.). Com a tese 'As contribuições dos Batistas para a Vida do Brasil" (03.05.1945), recebeu o grau de Doutor em Teologia. Nomeado em outubro de 1944, pela Junta de Richmond, missionário para o Brasil, casou com Lou Demie Segers (24.04.1945). Desejou ensinar no STBNB, onde o seu pai era diretor mas aceitou o costume de que todo missionário, antes de ensinar, necessitava de experiência de evangelização no campo. Nem ao filho do diretor foi aberta exceção. David Mein foi trabalhar no campo sergipano, onde servira voluntariamente alguns anos antes.


Serviu no campo sergipano de 1945 a 1948, residindo em Aracaju, onde pastoreava a PIB de Aracaju e assistia às Igrejas de Própria e Maruim, no interior do Estado. Na época contribuiu para a organização da Convenção Batista Sergipana, sendo nomedo Secretário Executivo. Sua consciência da necessidade do preparo intelectual e teológico incentivou vários obreiros a estu dar no Seminário Batista (Recife), como o evangelista João Camilo dos Santos, que depois se foi consagrado ao ministério pastoral e se dedicou ao trabalho no Sertão de Pernambuco. O Pr. João Camilo dos Santos, originário de Piaçabuçu (AL), trabalhou como evangelista em Penedo (AL) e Neopolis (SE), na margens alagoana e sergipana do Rio São Francisco, na década de quarenta. Estimulado por David Mein veio estudar no STBNB e trabalhar na congregação da IB da Torre, em São Lourenço da Mata e, apos concluir o curso, no Agreste e Sertão do Estado, em Arcoverde, Belo Jardim, São Caetano, São Bento do Una, Pesqueira, no Agreste e em Cabrobó, Carreiro de Pedra, Bananeiras, Salgueiro.

NOVAS IGREJAS. As novas A consciência de David Mein, qanto à urgência da pregação da Mensagem do Evangelho e da necessidade do preparo dos obreiros dividiu-o em dois: o desejo de ensinar e colaborar no preparo de obreiros, no STBNB e, ao mesmo tempo, pregar a Palavra Sagrada e pastorear igrejas. Desincumbiu-se de ambos os ministérios e encontrou tempo para servir a Deus e a Denominação. A primeira missão levou-o a pastorear a IBCOR, estimu-lando-a a ser uma Igreja missionária, para levar o Evangelho onde não havia e, sempre que possível, organizando uma nova Agencia do Reino de Deus no local. Durante seu pastorado a IBCOR organizou as seguintes igrejas: (1) IB Betânia, em Gravatá (PE) (26.09.1956); (2) PIB Camara- gibe (PE), (23.12.1959); (3) IEB em Casa Amarela, no Recife (PE), (16.06.1964; (4) PIB na Vila Cohab Rio Doce, em Olinda (PE) (23.09.1969); e (5) IB São Bento do Una (15.04.1982); (6) IB do Forte, no Janga, Paulista (PE), (15.11.1982).

BIOGRAFIA DE DAVID MEINDavid Mein nasceu em 21 de novembro de 1919, na cidade de Grand Rapids, Michigan (USA), a terra natal de sua mãe, filho dos missionários Elizabeth e John Mein. Neto de britânicos (lado materno) e de alemães (lado paterno), herdou dos primei-ros (ingleses e escoceses) o respeito à pontualidade e o uso racional do tempo e dos últimos (alemães), a lógica e a síntese de pensamento, que o transformaram num dos pregadores de maior poder de síntese. A sua forma de pregar e o conteúdo das suas mensagens foram objeto de tese de doutoramento de Jilton de Moraes Castro, à época Pastor da Igreja Batista Imperial e professor do STBNB, com o titulo “O valor da brevidade para a relevância da pregação. Ensaio a partir de uma análise critica do trabalho homilético de David Mein”. Esta tese foi apresentada
à Comissão de Doutorado do STBNB em 1993, tendo o autor obtido o seu Grau de Doutor em Teologia. Sua disposição racional do tempo permitiu, de modo simultâneo, dirigir o STBNB por trinta e cinco anos (1950-1985), pastorear a Igreja Batista do Cordeiro durante trinta e um anos (1951-1982), dar assistência pastoral à Igreja Batista de Viração (em Bonito, no interior do
Estado). E que fosse ainda uma pessoa envolvida com os trabalhos da denominação, ativo participante dos trabalhos da Convenção Batista Evangelizadora, inclusive seu Presidente
por vários mandatos e Secretário Executivo em duas oportunidades. Presidente da Convenção Batista Brasileira (CBB) e seu vice-presidente em quatro mandatos, exerceu a Secretaria da ASTE – Associação dos Seminários Teológicos Evangélicos, cuidando da sua família, atendendo compromissos para pregar em igrejas e instituições espalhadas pelo país e nos Estados Unidos. Nas suas férias, ensinava em Seminários nos Estados Unidos e pregava em inúmeras igrejas, divulgando o trabalho missionário realizado no Brasil pelos integrantes da Junta de Richmond.
A família e a origem. Os pais (Elizabeth e John Mein), missionários da Junta de Richmond no Brasil, onde chegaram em 1915, designado ele para servir na Casa Publicadora Batista da CBB,
no Rio de Janeiro, capital da Republica. Lá trabalhou até 1917, quando foram transferidos para Campos, ainda no Rio de Janeiro, onde ele assumiu a direção do Colégio Batista Brasileiro (depois transferido para a Capital). Em 1919, as notícias das necessidades gritantes do Nordeste, em especial de Alagoas, fizeram John Mein desejar trabalhar naquele Estado.

A viagem do casal Mein aos Estados Unidos, para gozo de férias, em companhia dos filhos John Gordon (7 anos), Robert (4 anos) e William Carey (1 ano), em navio, foi tumultuada, porque Elizabeth estava grávida no sétimo mês e viagem marítima teve um incêndio que tornou necessário retirá-la em um cesto. O casal, durante as férias, residiu com a família de Elizabeth, em Grand Rapids, Michigan (USA), onde, em 21 de novembro de 1919, nasceu o filho que recebeu o nome de David, como o pastor-rei, e estaria destinado por Deus a fazer grandes coisas para Ele. O desejo de trabalhar em Alagoas fora amadurecido por John Mein, de modo que, ao ser apresentado à Junta de Richmond, recebeu plena acolhida: o casal foi transferido para Alagoas. A carência de obreiros no Nordeste, especialmente em Alagoas, era muito grande, sendo esse Estado, na maior parte do tempo, assistido pelos missionários sediados no Recife, com as dificuldades decorrentes da distância e do transporte. Na época, o trem da ferrovia inglesa gastava dois dias de Recife para Maceió, pernoitando em União dos Palmares (AL).
Chegando em Maceió em 26 de agosto de 1920, com a família mais númerosa do que saíra de Campos, o casal Mein iníciou o trabalho na cidade onde nasceu sua única filha, Margareth Elizabeth. O seu ministério no Estado durou dez anos (1920 a 1930), com pequeno intervalo (1926) quando John Mein mudou com a família para Salvador, para substituir o missionário residente em Salvador, como Secretário Convenção Baiana. O casal Mein fundou uma escola anexa à PIB Maceió e, a partir desta, o Colégio Batista Alagoano. John Mein ainda promoveu a organização da Convenção Batista Alagoana, no período de 24 a 26 de maio de 1921. Elizabeth Mein trabalhou ao lado do marido até 1946, quando faleceu e foi sepultada no Cemitério Britânico do Recife. Em 1982, os seus restos mortais foram trasladados para o campus do STBNB, onde repousam junto do jazigo da pioneira Anna Luther Bagby, também falecida no Recife e, igualmente sepultada no Cemitério Britânico, e depois trasladados (1982) os seus restos mortais para o mesmo campus.

Viúvo, John Mein, casou uma segunda vez, com Mildred Cox, missionária solteira servia no Brasil desde 1932, como professora e depois Diretora da Escola de Trabalhadoras
Cristãs (ETC), hoje SEC Seminário de Educação Cristã. John Mein trabalhou no Brasil até 1952, quando se aposentou e retornou aos Estados Unidos, onde faleceu (1962). Sua viúva, Mildred Cox Mein, retornou ao Brasil para servir no querido Seminário de Educadoras Cristãs (SEC).
A Vida de David Mein. Nascido em 21 de novembro de 1919, David Mein chegou ao Brasil em 26 de agosto de 1920, isto é, com oito meses e cinco dias de idade. Passou a sua infância em Maceió (AL), onde seu pai foi o missionário do Estado, Secretario Executivo do campo, e Pastor da PIB de Maceió. Recebeu as primeiras letras no lar, ensinadas por sua mãe, educadora nata, e mais tarde na Escola Anexa da Igreja Batista e, mais tarde, Colégio Batista Alagoano, fundado por seus pais. A partir de 1930, fez exame de admissão ao Curso Ginasial, no Colégio Americano Batista, no Recife, para onde os pais haviam se mudado e onde estudou até 1934. No período, começou a fazer incursões pelo interior e tomar gosto pela vida rural, tendo passado alguns períodos de férias em Ilheitas, no sítio do Pastor Nino (Manoel Olympio Cavalcanti) e de Gemima Xavier de Brito. Passou a nutrir admiração e amizade pelos veteranos obreiros de Cristo, amizade esta que se perpetuou até o falecimento de Nino e dele próprio. David Mein tinha consciência da sua missão de pregador da Palavra Sagrada, o Evangelho de Cristo. Na infância, declarava para todos que sua vocação era ser missionário. Em torno dos onze anos, aprendeu tocar órgão e piano e, nas viagens do pai no interior de Alagoas, passou a auxiliá-lo, tocando hinos num órgão portátil. Desde os oito anos já pregava. Sua chamada para Missões
ocorreu na Assembléia Batista do Norte, em 1931, quando ouvia o pregador Ricardo Inke, fato declarado por ele na época.
A formação universitária e teológica. Em 1935, David Mein foi estudar no Georgetown College
(USA), onde esteve entre 1935 e 1939 e onde concluiu o curso de Bacharel em Letras. Cabe registrar o fato dele haver continuado a estudar Música, cursando todas as disciplinas dessa área, recebendo o grau de Bacharel em Música. Concluída a formação humanística, antes de iniciar o curso teológico, no período de 1939-1940, David Mein voltou ao Brasil, para um período de férias de um ano, posto que seus pais o achavam muito jovem para tomar a decisão
– que estava tomada. Nesse período, foi ajudar o Pr. Albérico Alves de Souza, que até então trabalhava sozinho, dando assistência a nove igrejas no Estado de Sergipe. David Mein atendeu ao desafio e foi auxiliar o Pr. Alberico Souza. Nesse tempo, ainda colaborou na União de Estu-dantes Batistas, no Recife, foi decisivo na sua decisão de dedicar-se ao Ministério da Palavra como missionário. Regressou aos Estados Unidos (1940 e ingressou no Southern Theological Seminary, em Louisville, onde fez o Mestrado em Teologia, concluído em maio de 1943. Desejando aprimorar-se, ingressou no Doutorado em Teologia (Th. D.), onde recebeu o grau com a tese The Contri buitions of Baptists to the Life of Brazil (As contribuições dos Batistas para a Vida do Brasil), em 3 de Maio de 1944. Depois de concluído o Mestrado em Teologia, apresentou-se à Junta de Richmond, sendo nomeado, em outubro de 1944, missionário para o campo brasileiro.

O casamento e a vinda para o Brasil. David Mein casou com Lou Demie Segers em 24 de
abril de 1943. O casal embarcou para o Brasil em 11 de maio do mesmo ano. Ele desejava ensinar no STBNB, mas seu pai, que era o diretor, tinha um princípio, segundo o qual todo missionário, antes de ensinar, necessitava adquirir experiência de evangelização no campo. Assim, nem ao próprio filho do diretor foi aberta exceção, que foi trabalhar no campo sergipano, onde servira voluntariamente alguns anos antes. Trabalhou David Mein no campo sergipano por três anos (1945-1948), residindo em Aracaju, Pastoreando a PIB de Aracaju, assistindo as às igrejas de Própria e Maruim, no interior do Estado. E quando, nessa época, foi organizada a Convenção Batista Sergipana, a nomeação do cargo de Secretário Executivo recaiu sobre ele. Na época a consciência da necessidade do preparo intelectual e teológico fez com
que ele incentivasse vários obreiros a virem ao Seminário para preparar-se, como o Pastor João Camilo dos Santos, que depois se dedicou ao trabalho no Sertão de Pernambuco.

Em Aracaju, David Mein fundou um ambulatório, que durante muito tempo serviu à população local. O casal David Mein, já residindo no Recife, foi agraciado por Deus com três filhos: John Edwin (casado com Lucia Aragão), Margareth Ruth (casada com David James) e Mildred
Elizabeth (casada com John James), que lhe deram três netos: Jessica, James e Tom.
O magistério teológico. David Mein recebeu, em 17 de dezembro de 1948, o convite da Junta Administrativa, por voto unânime, para ensinar no STBNB, passando a ministrar aulas de Missões, área de sua especialidade, História da Igreja Cristã, História dos Batistas e Adminis-tração Eclesiástica e, mais tarde, Teologia Contemporânea, Teologia Sistema, Novo Testamento, Homilética, Psicologia Pastoral, Evangelismo, Introdução Bíblica e Religiões Comparadas.
Há uma atividade peculiar que merece destaque sua participação como regente do Coraldos alunos do STBNB e do SEC, nos primeiros anos no Recife, quando também ensinou no SEC.

O casal David Mein se transferiu de Aracaju para o Recife, onde passou a servir, além do STBNB, a PIB da Torre, pastoreada por Antonio Marques Lisboa Dorta, ocasião em o casal passou a dirigir a Escola Bíblica Dominical nessa Igreja. Lá dedicou-se por três anos ao magistério da Bíblia, ensinando na EBD, até que, em 1951, recebeu o convite para Pastorear a IBCOR, que acabara de perder o Pastor Sebastião Tiago Correia de Araújo. A direção do Seminário. David Mein serviu como diretor interino do STBNB, em 1949, na ausência de John Mein. Em dezembro, foi eleito para a direção do STBNB, sendo empossado em 31 de dezembro de 1952, cargo que exerceu com dedicação extrema até outubro de 1984. Três quartos das insta-lações físicas do STBNB foram edificadas na sua administração. O número de alunos matriculados aumentou de 41, em 1954, para 810, em 1984 e o número de professores de 7 para 62. O progresso da instituição, em todas as áreas, foi notável, a ponto dele dizer Jilton Moraes: “A Casa dos Profetas, na Rua do Padre Inglês, no Recife, tem dois tempos: antes e depois de David Mein. Seus 32 anos de reitorado não apenas marcaram história, mas fizeram uma nova historia”.

AS HOMENAGENS RECEBIDASO Pr.r David Mein, ao longo de sua vida, em especial nos últimos anos no Brasil, recebeu homenagens do meio Batista e fora dele. A Câmara Municipal do Recife agraciou-o com o título de Cidadão Honorário da Cidade do Recife, honraria entregue em 25 de abril de 1974, na presença de pastores, de membros das Igrejas Batistas, de missio-nários, do cônsul americano e de pessoas do seu relacionamento172. A IBCOR outorgou o titulo de Pastor Emérito na ocasião da sua despedida do Pastorado (1981), fato registrado no Jornal Batista173. O STBNB, por sua Junta Administrativa, em 1984, outorgou os títulos de Professor
Emérito e Reitor Emérito, com entrega do diploma, hoje afixado na Sala David Mein, que abriga sua Biblioteca e Memorial. A Junta de Richmond, em 1985, outorgou o titulo de Missionário Emérito dos Batistas do Sul dos Estados Unidos. Finalmente, a Assembléia da Convenção Batista Brasileira, em 1994, outorgou-lhe o titulo de Presidente de Honra da CBB. David Mein partiu para o encontro com o Senhor em 18 de setembro de 1995, na Cidade de Valdosta, na Geórgia (USA). Sua fiel companheira, Lou Demie, havia partido antes dele.

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